quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Na praia da Caçamba - SC

Siriú

Pela janela enquadro o mar após o mangue e o rio. Venta a tarde suave nublada. O sol racha a ilhota de pedras que permanece compacta apesar da impressão primeira. Surfei ondas incríveis até chegar aqui. Tive de remar muito e minhas articulações estão doloridas. Venci o mar que me foi posto. Agora o barco espera.

Incursões litorâneas

Ontem entrei no mar pesado. Remei com a dificuldade de quem não surfa desde a Páscoa. Corpo-pranchão lento, deslocando o oceano para trás dos cômoros formados durante décadas de vento. Dropei desajeitado uma esquerda e uma direita. Vaqueando de canto fui saindo sem a saideira ideal, mas com a dignidade de quem entrou no mar.

Hoje, 25 de outubro, me preparo para surfar depois da chuva.

Surfei próximo aos molhes de pedra, esperando a série acompanhado por dois botos. Ondas de um metro e meio rolavam sem muito espaço de intervalo, proporcionando experiências distintas de drops. Esquerdas, direitas, retosides cavados e escorridos seguidos de vacas e quase-tubos. A orla balançava em festa. O ano acabando, o mar se abrindo para o horizonte novo, limpo e próximo. Vaquejando satisfeito, curava-me no mar, afeitando o espírito em vagalhões de esperança: água verde de novembro.